Amor Selado                          

As cartas do nosso amor que por amizade selamos.

segunda-feira, 6 de março de 2006

Querida Helena,
As vezes odeio-te. E não foram poucas as vezes que me apeteceu atirar uma mesa até à tua janela durante este mês. Não chegaria lá. Nem a mesa, nem eu a esse ponto. Teimas em me mostrar a outra estrada enquanto caminhamos, sabendo que não podemos voltar atrás. Eu quero. Desafiar o trânsito, correr para trás e fingir que foi aquele o caminho que sempre quis tomar. Mas tu manténs-me preso a esta estrada que não quero percorrer e apontas-me o caminho que desejo. Outro dia disseste-me que não pensasse, que perguntasse. Pois bem. Eu pergunto-te tão directamente quanto possivel: Porque me fazes isto Helena?
Porque não te lembras tu de toda a amizade antes desse dia? Porque insistes em lembrar-me o amor quando queremos resguardar a amizade?
Perguntaste-me como? A resposta não podia ser mais simples: 3 Esquerdo Traseiras. Mas não, não pode ser. Tomamos uma decisão. Eu não te consigo explicar como, se eu mesmo não sei como me vou arrastando nas ruas, riscando cores no atelier e vegetando no sofá. Não sei fazer nada direito sem ti. Por isso não sei explicar como has-de fazer.
Não voltei ao rio assim como não voltei à fonte. Mas tu fizeste-me voltar lá, arrastaste-me e a experiencia não foi boa. Pelo menos estudei em pormenor o tecto do meu quarto. Vou pintar algo lá. Algo que me faça companhia durante a noite, algo que traga sorrisos e borboletas. Tu.
Já foste ao médico? Que te disse? Estou mesmo preocupado, tenho medo no que te possa acontecer, tenho medo da minha reacção ao que te possa acontecer. Tenho medo da tua reacção à minha reacção. Não devia ter medo eu sei. Mas quando não o consigo enxutar durante a noite não posso deixar de tentar espalha-lo nesta carta.
Não sei se reparaste mas fez ontem um mês que escrevi a primeira carta. Ainda não aprendi como se escreve uma, mas continuo sem manter o principio base da despedida. Não posso deixar de te beijar no fim contudo. Beijo já a almofada por falta do teu carinho. Trocava os lábios por uma tarde em tua casa vendo um filme, os teus cabelos fogo nas minhas mãos e tua cabeça no meu colo. Mas não tenho. Contento-me por isso por te beijar em silêncio. E não há nada mais triste.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pedro, Pedro, Pedro...Ódio é uma palavra muito forte que fere o coração de uma maneira dilacerante. Enjtendo que estejas nervoso, entendo que estejas triste e magoada, mas tenta perceber a Helena, ela fraquejou e tu foste atrás...Oh Pedro...ninguém mais do que eu ( a nao ser talvex, vcs os dois) gostaria que as coisas entre voces nao se tivessem passado dessa forma...mas não digas que a odeias, mesmo que nao seja sentido e impulsivo...tu ama-la k é exactamente o oposto.Mais uma carta tocante, recheada de sentimento para comover aki os fãs ja totalmente viciados...beijinho para os dois

7.3.06  
Anonymous Anónimo said...

*magoado....sorry pela gralha...sem segundas intenções:P:P Não quero que penses k estou a insinuar k tens tendencias...digamos...Cowboyanas...lol

7.3.06  
Blogger Liliana Bárcia said...

:S

10.3.06  
Blogger TatianaCarvalho said...

esta carta ta tao bem escrita que nem vou perder tempo a comentar pk quero ler mais... ate ja

15.3.06  

Enviar um comentário

<< Home