Querido Pedro,
Espero que estejas bem, pareceste-me um pouco abatido, não sei se por minha culpa ou por culpa de qualquer outra coisa. A humildade não é o meu forte, sabe-lo bem: se for minha a culpa nada posso fazer para além de te pedir perdão- nunca o intencionei.
A criatividade sempre viveu nos teus olhos, não a deixaste esquecida em lugar algum, esqueceste-te apenas de olhar à tua volta e de sentir aquilo que não se vê... Assim, como nós. Quantas vezes te disse para desligares a música? Ela vai-te enchendo de imagens de outras gentes e não te deixa criar as tuas, vão-te consumindo até não conseguires pensar. Meu Deus! Quantas vezes te repeti isto?
A Joana já deve ter percebido o que se passa, tal como todos os nossos outros amigos. A minha irmã também já sabe, tive que lhe contar. Numa visita a minha casa ela sugeriu inocentemente (ou nem tanto) que te convidassemos para tomar café, perante isto não me restou hipótese alguma para além de destapar a realidade. Ficou visivelmente transtornada, perguntou-me como, porquê e quando. Depois de todos os esclarecimentos terem sido prestados, levantou-se e olhou-me friamente nos olhos "Não vamos deixar de o ver por isso, nem eu nem o pai", assim, é possível que te procurem um dia destes.
Já dei voltas à cabeça na cama, porém, por mais que tente não me consigo recordar do Joel, mas fico feliz por saber que ele te tem tentado arrancar do casulo. Escondermo-nos não serve de nada, apenas o oxigénio permite que a chama se alimente, não fiques aí, no teu apartamento a sufocar de dor e frio. Sai cá para fora, canta, dança, sente a alegria que irradiavas quando nos conhecemos.
Quanto à luz acesa, a tua ingenuidade aperta-me brutalmente o coração: não é por fingirmos não saber a verdade que esta se desvanece.
Despeço-me com Eugénio de Andrade: "Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,/ e o que nos ficou não chega/ para afastar o frio de quatro paredes.(...) Adeus".
Espero que estejas bem, pareceste-me um pouco abatido, não sei se por minha culpa ou por culpa de qualquer outra coisa. A humildade não é o meu forte, sabe-lo bem: se for minha a culpa nada posso fazer para além de te pedir perdão- nunca o intencionei.
A criatividade sempre viveu nos teus olhos, não a deixaste esquecida em lugar algum, esqueceste-te apenas de olhar à tua volta e de sentir aquilo que não se vê... Assim, como nós. Quantas vezes te disse para desligares a música? Ela vai-te enchendo de imagens de outras gentes e não te deixa criar as tuas, vão-te consumindo até não conseguires pensar. Meu Deus! Quantas vezes te repeti isto?
A Joana já deve ter percebido o que se passa, tal como todos os nossos outros amigos. A minha irmã também já sabe, tive que lhe contar. Numa visita a minha casa ela sugeriu inocentemente (ou nem tanto) que te convidassemos para tomar café, perante isto não me restou hipótese alguma para além de destapar a realidade. Ficou visivelmente transtornada, perguntou-me como, porquê e quando. Depois de todos os esclarecimentos terem sido prestados, levantou-se e olhou-me friamente nos olhos "Não vamos deixar de o ver por isso, nem eu nem o pai", assim, é possível que te procurem um dia destes.
Já dei voltas à cabeça na cama, porém, por mais que tente não me consigo recordar do Joel, mas fico feliz por saber que ele te tem tentado arrancar do casulo. Escondermo-nos não serve de nada, apenas o oxigénio permite que a chama se alimente, não fiques aí, no teu apartamento a sufocar de dor e frio. Sai cá para fora, canta, dança, sente a alegria que irradiavas quando nos conhecemos.
Quanto à luz acesa, a tua ingenuidade aperta-me brutalmente o coração: não é por fingirmos não saber a verdade que esta se desvanece.
Despeço-me com Eugénio de Andrade: "Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,/ e o que nos ficou não chega/ para afastar o frio de quatro paredes.(...) Adeus".
4 Comments:
Ai k fixe...a Helena foi rapida...tou mm contente...agora, fica a abebia...gostava de perceber um pouco como tudo se passou entre eles...ta td um bcd confuso na minha cabeça...continuem o bom trabalho
beijinhu
oh.. porque é que a a Helena gosta tanto de se despedir com palavras que não são suas? As palavras são difíceis, mas há que dizê-las.. (a ver se no futuro entendo porque ihihih)
«não é por fingirmos não sabermos a verdade que esta se desvanece.» K gd frase, forte, marcante tal e qual cmo a Helena.
***
Para quem começa a pedir desculpa por eventualmente ser a culpada da tristeza alheia certifica-se demasiado bem que atingiu o alvo bem em cheio. "Quanto à luz acesa, a tua ingenuidade aperta-me brutalmente o coração: não é por fingirmos não saber a verdade que esta se desvanece."
Mal posso esperar para saber o que é que o Pedro te respondeu a isto...
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